"Menina linda, eu te adoro...” ·.
Essa era a música que tocava
no momento em que adentrei no salão... Pessoas dançando, cantando de olhos
fechados, provavelmente relembrando os saudosos tempos passados.
Fui entrando de
mansinho, acanhado. O dia tinha sido complicado, tenso. Os problemas martelavam
em minha cabeça.
Mas que dádiva é a
música. Que dádiva é a dança! Conforme ia me misturando com as pessoas do
salão, dançando e cantando com elas, meus problemas iam se distanciando de mim,
era como se eles não mais existissem.
Chegou um momento
no qual eu não sabia mais o que cantava, não sabia como dançava. Não ouvia, nem
via nada. Mas tinha uma coisa que eu sabia: naquele momento eu era livre, era
feliz. Quando eu berrava a letra da música e me remexia freneticamente, na
verdade, eu queria passar uma mensagem ao mundo, queria dizer que ali ele não
iria conseguir me derrubar. Ali eu era forte, era quem eu quisesse ser...
"Eu
perguntava, do you wanna dance?" - o cantor falava e eu respondia:
"quero, quero, quero!". E foi assim a noite inteira. Uma vida. Um
sonho. Uma pausa. Uma viagem. Um fim. Era que nem aquela música do Capital
Inicial: "o mundo vai acabar e ela só quer dançar, dançar,
dançar...". Esse era exatamente o meu caso. Era o meu lema da noite.
Só que amanheceu. A
música parou. Sai do salão ainda embriagado com aquilo tudo que havia me acontecido.
Que noite fantástica!!! – eu exclamava ludibriado, sem perceber que enquanto eu
dançava, o mundo realmente acabava.
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