O nome dele era João Forte. E
diziam que era tão Forte que quando tinha um ano de vida ficou gravemente
doente, era aquela bronquite das bravas, mas ninguém se preocupou, afinal, ele
era o Forte e se curou sozinho.
Na escola ele vivia rodeado de
pessoas. Só de pessoas, não de amigos. Ele é o Forte – diziam – não precisa de
amigos.
E as namoradas? Teve várias.
Várias que só estiveram com ele quando precisavam de fortaleza. Várias namoradas,
mas nenhuma amante. Ele é o Forte – elas falavam - não precisa de amantes.
E um dia, já velhinho, o Forte
saiu de casa e foi ao bar, bebeu, bebeu, bebeu, bebeu... E alguém falou:
- Tirem a bebida dele!!!!!
Ele
é o Forte – um coro respondeu – nenhuma bebida vai o derrubar.
E o Forte saiu do bar, meio cambaleando,
quase caindo. Mas ele era o Forte, deveria só estar brincando.
E o Forte entrou em um ônibus.
Estava meio fora de si. Xingou, cuspiu, empurrou os passageiros.
- Sai pra lá cachaceiro, vai pra
casa, seu velho – gritaram. E bateram nele também.
-Gente, coitado, ele não está
bem!
Mas alguém falou que ele era o
Forte, que ele iria ficar bem.
E o Forte, com a cabeça erguida,
desceu do ônibus. E, com a cabeça erguida, andou pela rua. E voltou pra sua
casa. Sua casa vazia, a casa do Forte. Deitou na sua cama e chorou
copiosamente... Chorou, chorou, chorou, chorou. Mas ele era o Forte e ninguém
se preocupou... Ele era o Forte, não forte. Mas, ninguém se preocupou e, dessa
vez, ele não se curou.
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