Eleições! Lembro-me
muito bem de quando era criança, meus pais militantes do PT. Toda aquela
euforia, alegria, esperança!
Aquela
sensação de que o novo iria chegar, a igualdade reinar. O sonho acontecer.
Lembro-me
muito bem das carreatas, passeatas, panfletagens. Festas no comitê as sextas à
noite...
Era
minha época preferida!
Lembro-me
muito bem de todos reunidos no dia anterior as eleições, cantando “amanhã será
um lindo dia...” do Guilherme Arantes.
Enfim,
lembro-me Do dia, muito bem!
Eu ia
com meu pai até a urna. Eu apertava o número... Tecla confirma... E enchia-me
de orgulho: fui eu que votei!!!! – como queria ter a idade para poder votar
sozinha.
E agora
eu tenho, e agora não quero mais.
E agora?
Alguns
podem dizer que a desesperança abateu-me.
Outros
cogitam que a esperança em algo melhor chacoalhou-me.
Apenas
acho que cresci.